O deputado estadual Betão (PT) participou, nesta quarta-feira (13/02), da 58 reunião do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas de Minas Gerais. Nesta edição, o tema central foi a preocupação de que a Bacia do Rio São Francisco seja contaminada pelos rejeitos da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Durante a abertura do encontro, Betão relembrou que o crime cometido contra a Vale é o maior acidente de trabalho da história do país. O deputado estadual acredita que neste momento, a preocupação maior são as vítimas, mas que a questão ambiental também deve tomar protagonismo. “Uma das comissões que nós (PT) vamos tentar atuar, sistematicamente, é a de Meio Ambiente, porque nos interessa essas discussões, como essas aqui realizadas pelo Comitê que lidam com a preservação de vidas e do meio ambiente”, acredita.
Betão reforçou ainda a necessidade de se discutir em todas as esferas, a reestatização da Vale, empresa privatizada pelo governo FHC na década de 90. “Essa discussão já está sendo lançada no Congresso Nacional. O deputado federal Rogério Correia (PT) já provocou esse tema na Câmara e nós vamos também trabalhar com essas ideias na Assembleia Legislativa de Minas. Nosso foco é trabalhar com todos os lados, por isso também fizemos contato com os sindicatos dos trabalhadores da região de Brumadinho, para que eles atuem conjuntamente”, acredita.
Para a ambientalista Teca Corujo, que há décadas acompanha o setor de mineração “esse momento é muito difícil, principalmente pela minha trajetória de ambientalista, de lutas constantes contra as mineradoras”, incia. Ela relata ainda que há anos se discute as condições do setor e a real importância econômica da mineração frente aos reais problemas ambientais e sociais que ela vem causando. “Conhecemos a verdadeira face da mineração, e apesar de ser algo que no nosso Estado é considerado uma atividade econômica importante, para quem conhece a fundo essa questão da mineração, sabe que não é verdade. Ela traz mais prejuízos que benefícios”, reforça lembrando do ocorrido em Mariana, “depois do rompimento da barragem da Samarco, eu e muitos tivemos a esperança de que ali tinha se criado uma linha divisória no sentido de mudar radicalmente a forma de tratar essa atividade econômica, mas vimos que não” finalizou.
Integração
O Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas de Minas Gerais é composto por 36 comitês de bacias hidrográficas do Estado. Hoje, ele conta com cerca de 2000 representantes da sociedade, que discutem e propõe ações pela revitalização dos rios de Minas Gerais.
Os comitês de bacia hidrográfica são entidades de Estado, integrantes dos Sistemas Nacional e Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, órgãos deliberativos e normativos na sua área territorial de atuação, com competência para realizar atividades relacionadas aos recursos hídricos e articular a atuação com outros órgãos de estado relacionados à questão ambiental.
Um dos temas que também será trabalhado pelo comitê durante o encontro é a crise hídrica que tem castigado praticamente todas as regiões do Estado, trazendo graves consequências para a economia e o meio ambientes.