“Não temos tempo a perder, temos que reunir todo material produzido pelas centrais e os sindicatos e ir às ruas, informar à população que essa proposta de Reforma da Previdência do Bolsonaro é bem pior do que a apresentada pelo Michel Temer”, alertou Betão na abertura do encontro com representantes dos sindicatos e centrais, realizado no auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O deputado, que dividiu o espaço com outros parlamentares, representantes dos sindicatos e centrais, e com o ex-ministro da Previdência dos governos Lula e Dilma, Carlos Gabas, fez questão de reforçar a necessidade de detalhar os pontos negativos da reforma. “Além do aumento da idade e do tempo de contribuição, ele (Bolsonaro), desconstitucionaliza a Previdência e a Seguridade Social, e ainda dá espaço para que depois sejam feitas outras propostas de lei complementar. É um abordagem muito trágica, que termina com a cereja do bolo, que é capitalização individual”, reforçou Betão lembrando que os países que adotam a capitalização já estão revendo o modelo.
O ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas, é categórico: “essa PEC não é uma reforma, mas sim um ajuste fiscal na conta do trabalhador, que não tem relação alguma como o equilíbrio da Previdência”, reforça. Carlos afirma ainda que todos devem se envolver no combate a esse projeto que na prática, atingirá a todos. “A PEC do Bolsonaro é a questão da nossa vida, porque não é só que nós não conseguiremos aposentar, ela também destrói o conceito de seguridade social e proteção social, que a meu ver é um dos avanços da constituição de 88”, alerta.
O deputado federal Rogério Correia, mediador do debate, disse que tem buscado a ajuda de outros colegas para que haja uma mobilização dos parlamentares contra o texto da reforma. “Nesta semana eu me reuni com as centrais, com a bancada do PT e com a oposição para tratar da inconstitucionalidade da proposta. Não temos muito tempo e depende de nós, de todos na rua e de uma grande mobilização, para que barremos essa reforma. Vamos nos unir porque a luta é grande”, acredita.
Agora é hora de ir para as ruas e LUTAR
A deputada estadual Marília Campos, representando a Central Única dos Trabalhadores e o Sindicato dos Bancários, também reforçou a necessidade de levar à população as informações corretas sobre o texto da reforma, esclarecendo todos os prejuízos. “Estou muito ansiosa para ocupar as ruas e debater com a sociedade a situação, para informar e falar a verdade. Porque certamente os mais pobres perderão mais com a proposta de Reforma da Previdência. Reforma essa que na minha opinião, não será aprovada”, disse a parlamentar.
Jairo Nogueira Filho, do Sindieletro e representante da Central Única dos Trabalhadores conta que já tem feito um trabalho junto à população para “traduzir” o texto da reforma. “Essa proposta que é muito complexa. Estamos falando de itens como o sistema de capitalização, da possibilidade de lei complementar, da alteração da idade para aposentadoria, ou seja, só pontos que serão ruins para a população. Temos que ocupar todos os espaços e informar as pessoas porque ainda tem gente que acha que proposta do governo Bolsonaro irá, na verdade, irá resolver o problema, e não vai”, disse o sindicalista, lembrando que no dia 22 de março haverá uma grande mobilização nacional contra a Reforma da Previdência.
Marilda Silva, da Central dos Trabalhadores do Brasil, também aposta na mobilização como saída. “Vivemos momentos sombrios. A CTB, com as demais centrais e os sindicatos têm travado debates para dialogar com a população para esclarecer essa reforma. Vamos lembrar que nós barramos outras reformas com a ida do povo para a rua. Aqui em Belo Horizonte, na Praça da Estação, nós levamos cerca de 100 mil pessoas para protestar e é isso que no vamos fazer agora”, finaliza.
O encontro contou com a organização da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Assembleia e Câmara Municipal, da Frente Brasil Popular e da bancada estadual do PCdoB.