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Trabalhadores rurais ocupam a Praça da Assembleia em protesto contra a Reforma da Previdência; Betão afirma “vamos juntos nessa luta”

Centenas de trabalhadores e representantes do setor rural tomaram a Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta sexta (12/04) para falar não à Reforma da Previdência. O ato público contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 6, de 2019, que altera regras de aposentadoria e assistência social para trabalhadores brasileiros, aconteceu durante a audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social.

Mulher, trabalhadora rural da produção de mel e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Minas Novas há 19 anos, Rosa Maria Barbosa acredita que essa proposta é um retrocesso, que tem como objetivo retirar direitos conquistados há décadas. “E essa é uma luta pela manutenção das conquistas dos meus antecessores, que foram para Brasília, ficaram debaixo de lona pela conquista dos nossos direitos. Agora eles vêm e querem tirar os direitos dos trabalhadores rurais. Eles não sabem o quanto o trabalhador rural sofre com a falta de condições e de recursos no campo”, admitiu emocionada.

O deputado Betão (PT) abriu a fala reforçando que a Reforma da Previdência só beneficiará uma classe, a dos bancários. Ele lembrou a todos os presentes que tem percorrido várias cidades mineiras levando informação contra a proposta do governo federal. “Vamos na luta contra essa proposta que só penaliza todas as classes: trabalhadores, trabalhadoras rurais, mulheres e professores. Não podemos aceitar essa mentira de que é necessário fazer uma Reforma da Previdência. Essa medida só beneficia aos bancos, que querem ganhar mais, mais, e mais. Trabalhadores, vamos nos unir contra essa proposta”, alertou Betão lembrando que neste momento todos os setores da sociedade devem se unir para barrar o texto apresentado por Bolsonaro.

O encontro contou com a presença de deputados, prefeitos, vereadores, representantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e centenas de trabalhadores rurais.
Presente no evento, o senador Paulo Paim (PT-RS) alertou para o caos que o Brasil entrará caso a proposta passe no Congresso. Ele fez questão de lembrar que o Chile já adotou o mesmo modelo de previdência e que hoje tenta se desvincular do mesmo. “No Chile, os trabalhadores pouparam nos bancos por mais de 30 anos e agora estão passando fome. Não é isso que queremos para o Brasil”, reforçou.
Selma Pereira da Silva, representante do Sindicato dos Produtores Rurais de Conselheiro Pena (Rio Doce), relatou que têm organizado mobilizações contra a Reforma da Previdência. Para ela, que tem ido à Brasília tentar sensibilizar o Congresso, a luta será constante. “Enquanto Deus me der força, eu lutarei. Com 8 anos de idade eu já trabalhava na roça, aos 17 anos já cozinhava para ajudar minha família. Barrar essa reforma é defender o futuro dos nossos trabalhadores e trabalhadoras”, finalizou.

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