Foram apresentados diversos requerimentos para tentar reverter as demissões e a redução da prestação de serviços nas Uais; número de demitidos pode chegar a 5 mil
“Desde de que tomei posse eu tenho ouvido falar de cortes, em demissões dos trabalhadores, vigilantes, trabalhadores da MGS e agora cerca de 9 mil professores da escola em tempo integral. Hoje a gente quer dar voz à causa de vocês trabalhadores, e por isso eu reafirmo: coloco meu mandato à disposição para lutar contra essa decisão junto com vocês”, afirmou Betão, abrindo as falas.
Durante a audiência, solicitada por Betão (PT), foram apresentados quatro requerimentos para tentar reverter a situação dos mais de 2 mil demitidos. Ao todo, o número de demitidos poderá chegar a 5 mil. O primeiro deles pede para que seja repassado ao Ministério Público do Trabalho todas as informações faladas na audiência. Também foi solicitado um requerimento para que a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão realoque os demitidos. Outro requerimento trata da prestação de contas ao consumidor, para que não haja alteração nem redução da prestação de serviços à população.
Representando a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Itaner Debossan foi direto ao assunto: “a notícia não é boa, manteremos as demissões e a unidade do Barro Preto ficará fechada”, disse. O representante falou ainda que aguarda um estudo de viabilidade técnica do BDMG que, segundo ele, “vai apontar o que é melhor para o Estado”. Sob vaias ele falou que a população não sofreu dano algum com relação ao atendimento reduzido ou encerrado. Apesar da fala ele citou que na unidade Barro Preto eram atendidas diariamente 1250 pessoas. “Para onde elas foram?” questionou a deputada Marília Campos.
Phillipe Gomes Câmara conta que estava de férias quando recebeu uma mensagem de um colega de trabalho perguntando como ele estava e se ele precisava de ajuda nesse processo de realocação. Assustado, ele entrou em contato com a MGS e lá teve a surpresa de que teria sido devolvido pela Secretaria de Estado de Saúde. “Trabalhei como técnico em informática por oito anos e meio na Secretaria. Fiquei assustado como a forma como me informaram do desligamento”, relatou inconformado.
Geraldo Neres Francino, Presidente da Associação dos Empregados Públicos da MSG fez um apelo para que o governo melhore a interlocução com os servidores demitidos. “Nós temos propostas para o governo de realocar os demitidos. Ontem tivemos uma reunião com o secretário e não vimos nada de concreto. Isso nos preocupa. Não podemos falar que as pessoas que fizeram esses cortes são insensíveis, elas na verdade, eu acho que nunca precisaram da saúde e do atendimento nas Uais, né?”, ironizou.