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Centenas de pessoas se reúnem em ato em defesa da UFJF

Atividade que reuniu estudantes, profissionais da educação e sindicalistas é uma preparação para a greve da educação, prevista para o dia 15 de maio

Centenas de estudantes, professores e funcionários se reuniram na noite desta quarta-feira (08/05), na reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em um ato político e cultural em defesa da universidade e contra os cortes de 30% nas verbas destinadas às universidades públicas, anunciados pelo Ministro da Educação na última semana.

O ato convocado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e pelos sindicatos de trabalhadores da Universidade foi também uma convocação para a greve nacional da educação, prevista para o dia 15 de maio. O dia será destinado à defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência, preparando a grande Greve Geral do dia 14 de junho.

Para Betão, o ato de hoje é uma resposta aos ataques feitos à educação nas últimas semanas que afetam não só as universidades, mas todo o sistema público de ensino. “Nosso mandato está à disposição do movimento estudantil na luta contra essa política educacional anunciada pelo governo Bolsonaro. Na Assembleia lançamos uma Frente em defesa da Ciência, Pesquisa e Tecnologia e este é o momento de unirmos esforços contra os ataques feitos à educação” disse reforçando a convocação para a greve da educação que acontecerá no próximo dia 15 de maio, para que seja um “grande esquenta” para a greve geral do dia 14 de junho.

“É muito importante estar aqui porque as universidades, principalmente as federais, são um espaço de universalização do conhecimento e do debate sobre o que vem acontecendo no Brasil e no mundo”, afirma o estudante secundarista João Vítor Calil, de 17 anos. Para ele, diante das ameaças feitas à educação há uma necessidade de todos os estudantes se unirem e irem para as ruas protestar. “Estou aqui porque acredito que a Universidade é um espaço que dissemina o conhecimento para a sociedade. Luto para que a gente possa reverter essa situação caótica que o Brasil está vivendo”, completa.

Os servidores da UFJF também marcaram presença no ato. Para Ivan Bilheiro, servidor da reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, “se nós não nos mobilizarmos contra os ataques que a Universidade está sofrendo, se não mostrarmos resistência, veremos o ensino superior do nosso país, e a educação como um todo, ruírem. Não podemos aceitar isso depois de décadas de construção e de uma evolução árdua no setor. Sem a educação é impossível pensar em qualquer projeto de desenvolvimento para o país. Qualquer tentativa de ataque à Educação é um projeto míope”, complementa.

A professora do Instituto Federal do Sudeste de Minas, Liz Machado, lembra que essa luta também está vinculada à luta contra a reforma da Previdência. “O que foi dito é que os cortes referentes às educação pública são contingenciamentos. Ou seja, alegam que se a reforma passar, esses cortes serão revertidos. Isso é uma chantagem. Querem fazer com que tenhamos medo, mas temos que resistir. Urge a necessidade da mobilização de toda a população brasileira para resistirmos”, acredita.

Por todo o país, assembleias e atos de estudantes estão acontecendo em repúdio ao sucateamento da educação pública que consta no plano de governo de Bolsonaro. “Estou aqui em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade”, afirma a estudante de licenciatura em História, Gabriela Castro. Ela afirma ainda que a mobilização do movimento estudantil nesse momento será fundamental. “Precisamos sair dos muros da UFJF e ocupar os bairros para conscientizar a população sobre a importância das universidades, para os estudantes, as trabalhadoras e trabalhadores e a sociedade como um todo”, finaliza.

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