Apesar do anúncio de que não fará cortes no programa em tempo integral, cidades como Santos Dumont aguardam a divulgação das listas com a confirmação do retorno do ensino
Pais e educadores da cidade de Santos Dumont aguardam ansiosos pelo retorno do ensino em tempo integral, interrompido pelo governo de Minas no começo deste ano. Segundo informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Educação, neste mês de maio foi feito o anúncio de que 500 escolas voltariam a oferecer o ensino no Estado de Minas Gerais. A partir de agosto, outras 25 mil vagas serão recompostas, totalizando os 55 mil alunos que retornarão ao ensino em tempo integral.
Conforme anunciado pela Secretaria de Educação, os nomes das escolas que voltarão a ter o ensino serão divulgadas e a seleção das mesmas ainda está sendo feita. Até o momento, a cidade de Santos Dumont não foi selecionada.
Apesar do anúncio do governo de Minas Gerais de que não cortará vagas no programa de escola em tempo integral, e que no ano de 2020 todos os 110 mil alunos voltarão às salas de aulas, algumas cidades como o município ficaram de fora da “primeira chamada”.
Segundo comunicado enviado pela Secretaria de Estado de Educação à nossa assessoria, a expectativa é que a partir de agosto a cidade seja contemplada com o retorno das atividades.“Nesta primeira etapa de recomposição de vagas do programa de tempo integral, nos termos divulgados pela secretária, não há escolas de Santos Dumont. A lista de escola que entrarão no sistema em agosto, com 25 mil alunos, está sendo definida pela equipe técnica da Secretaria de Educação”, afirma a secretaria de Educação.
Ainda de acordo com o comunicado, “o sistema integral não era ofertado em todas as escolas da rede estadual em Santos Dumont, apesar de cinco escolas já terem recebido tal atendimento em anos anteriores. A partir de 2020 o compromisso do governo é ofertar o integral a mais 55 mil alunos”, concluiu.
Para o deputado Betão (PT), a medida prejudica o ensino dos alunos. “Mesmo com o anúncio que até o ano de 2020 as vagas serão recompostas, e de que não haverá cortes, a gente fica extremamente preocupado com a descontinuidade do programa na cidade. Isso afeta o aprendizado e também o dia a dia dos pais e responsáveis”, afirma
A cabeleireira Lilian Aparecida de Souza, conta que o filho Pedro, de apenas 8 anos, já está sentindo na pele os problemas de não ter acesso à educação em tempo integral. Como está ocioso em casa durante a tarde, ele dorme no período, já à noite ele tem ficado acordado. “Pedro antes tinha várias atividades, estudava, interagia com outras crianças, ia para a biblioteca e brincava. Agora ele fica em casa, parado. Eu achei péssimo tirarem o ensino em tempo integral esse ano, até porque eu não tenho com quem deixá-lo”, disse.
Uma diretora de escola da cidade que preferiu não se identificar conta que diretores das escolas em Santos Dumont, afetadas pela interrupção, se reuniram no começo do ano para discutir a situação dos cerca de 600 alunos, que hoje aguardam o retorno do programa. “A gente tentou buscar saídas, mas agora é aguardar e torcer para que as atividades voltem ao normal. É triste ver os laboratórios e os espaços destinados às atividades em tempo integral ‘parados’ e os alunos em casa. Estamos falando de jovens em áreas de risco que precisam dessa educação em tempo integral para a sua formação”, disse.