Além das universidades do Estado, outros 20 campi no país também se preparam para a paralisação
De hoje até o dia 15 de maio, estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Federal de Minas Gerais e de, pelo menos, outras seis universidades no Estado realizam ações para mobilizar os estudantes, professores, sindicatos e profissionais da educação para a Greve Nacional da Educação, que acontece na próxima quarta-feira. “Temos que nos organizar para combater a política de cortes, os ataques aos professores e também contra a reforma de Previdência, que já é tratada como uma moeda de troca pelo governo Bolsonaro. Não podemos condicionar a aprovação da proposta ao não ‘contingenciamento’, como eles tratam os cortes”, acredita Betão.
Em Juiz de Fora, as mobilizações começaram no último dia 8, em um ato na reitoria da Universidade que reuniu centenas de alunos (saiba mais em www.nalutacombetao.com.br). Para amanhã, dia 14, estão previstas panfletagens e convocações nas salas de aula, além de uma concentração no dia 15, às 14h. Para o coordenador geral do DCE da UFJF, Gabriel Lacerda, “agora é hora de nos mobilizamos contra os anúncios feitos, e também contra a atual política de educação proposta pelo governo Bolsonaro. Em Juiz de Fora, mostramos que os estudantes estão com total força de mobilização. O volume de estudantes presentes no ato do dia 8 provou que a juventude está com total disposição de lutar pela educação”, disse lembrando que na cidade, o ato da Greve Nacional da Educação acontece no Parque Halfeld, às 16h.
Na UFMG, a semana começou com intervenções juntos aos alunos, no chamado “esquenta” para tratar dos impactos imediatos que os cortes de verba causarão para a educação. O representante do Diretório Central dos Estudantes da UFMG, Gabriel Lopo, conta que desde o ato da semana passada, que reuniu centenas de estudantes, alunos e educadores estão unidos em protesto às declarações do ministro da Educação e da redução das verbas para as universidades.
Gabriel relata ainda que ao longo da semana, a mobilização será intensa e marcada por intervenções para falar não só dos cortes, mas também contra a reforma da Previdência. “Eles atacam a educação porque sabem que as universidades são a base social do sindicalismo e do protagonismo e luta contra as desigualdades. Por isso é importante a gente se mobilizar para o dia 15 em defesa da educação”, afirma.
Em Belo Horizonte, na manhã do dia 15, haverá panfletagem nas praças Sete e da Rodoviária. Também ocorrerá uma passeata rumo à Praça da Estação, para ato conjunto com os sindicatos da educação e movimentos populares. O dia conta ainda com um seminário contra a reforma da Previdência, que acontece na UFMG.
Direto do DCE da Universidade Federal de Lavras, a estudante Amanda Caroline Vieira antecipa: “a mobilização será só o começo da luta”. Na universidade, que conta com quase 12 mil estudantes de graduação, a programação começa hoje, com uma assembleia geral para orientar os universitários.
No dia 15 de maio estão previstos dois atos, uma Feira de Ciência e Sociedade e um ato em defesa da educação. “Temos que discutir essa política de desmonte da educação do Brasil e também os futuros impactos que os cortes causarão para a UFLA. Sabemos que inicialmente serão cortados os terceirizados, depois poderá ser retirado o ônibus de transporte dos alunos, e por último os cortes de verbas para alimentação. Não podemos deixar isso acontecer”, afirma.
Estudantes de todo país se mobilizam contra os cortes e para dizer não à reforma da Previdência
Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, a luta é pela continuidade de pesquisas que impactam diretamente na saúde, tecnologia e educação. De acordo com a estudante de Engenharia de Petróleo, Thaís Rachel Zacharia, os cortes anunciados na ordem de 41% podem sim impactar em serviços fundamentais como a produção de vacina contra a chikungunya. “Hoje e amanhã vamos fazer mobilizações nas salas e nos bandejões para que todos compareçam à greve do dia 15. Além dos cortes, na semana passada tivemos uma assembleia geral que tratou da reforma da Previdência e da política de desmonte da educação no país. Essa greve é fundamental para não deixarmos as universidades fecharem”, acredita.
Amanhã, a Universidade de Brasília receberá uma assembleia preparatória para o dia 15 de maio. A ideia é que estudantes como Bernardo Knierini, das ciências naturais, possam se reunir e discutir o atual momento da educação. Ele conta que os cortes chegaram a cerca de 40%, além disso, o setor vive um desmonte que passa pela ameaça do corte do passe livre e também pelo avanço da militarização das escolas. “Estamos organizando uma marcha da UNB até o Ministério da Educação”, finaliza.