Pautas do dia 30 de maio vão além dos cortes nas universidades; reforma da Previdência e privatizações também serão combatidas
Quem for à Universidade Federal do Pará (UFPA) na manhã da próxima quinta-feira (30) vai encontrar os portões fechados, porque afinal de contas, segundo o estudante de pedagogia Adrian Coelho dos Santos Reis a aula será na rua. Ele conta que a mobilização não é de hoje e que os estudantes estão se reunindo em diversas assembleias para discutir e protestar contra os anúncios do governo Bolsonaro.
Especificamente para a educação, os cortes anunciados para a UFPA são na ordem de R$ 55 milhões. “Esse corte vai afetar as verbas de custeio da segurança e funcionamento dos restaurantes da universidade. Só temos dinheiro para nos manter até outubro deste ano”, afirma lembrando que o local conta com 200 cursos de graduação, 123 de pós-graduação, além de dois hospitais universitários.
Na universidade Federal do Mato Grosso o ato começa às 14h na principal praça da cidade, a Além Castro. O presidente do DCE, Wesley da Mata, conta que caso o governo mantenha o contingenciamento, as atividades locais acontecerão até julho deste ano. “Logo após a data, a universidade fecha. Estamos com vários contratos atrasados e não teremos nem como pagar a conta de luz”, explica. O universitário relata ainda que após o anúncio feito pelo ministro da educação, professores e alunos foram orientados a fazerem cursos via EAD. “Estamos realizando capacitações via videoconferência”, reforça.
Em Minas Gerais, estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais já se reúnem há dias para mobilizar estudantes e professores e toda a população para irem às ruas protestar e discutir sobre o atual projeto de governo. Ontem universitários se reuniram em assembleia para falar não só dos cortes mas dos últimos anúncios como o pacote anti-crime, da política de privatizações e os impactos dos cortes nas universidades de todo país. Amanhã estudantes fazem paralisação com panfletagem e povo na rua. Para o Coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes da UFMG, Gabriel Lopo “essa é a resposta contra a destruição da educação de um governo que quer acabar com as universidades federais. Isso nós não vamos aceitar. Essa é a nossa luta, pela educação”, afirma.
Juiz de Fora se prepara para o ato: Sindicato dos Professores somará forças aos universitários
A direção do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora defende a participação da categoria no ato. A coordenadora do Sinpro-JF, Cida Oliveira, acredita que essa mobilização é fundamental para discutir não só os cortes, mas também a atual situação da categoria. Ela relata que ao longo do dia acontecerão várias agendas e uma delas acontece às 14h, para discussão da pauta salarial.“Estamos convocando a todas e todos para se somarem aos estudantes e movimentos sociais. Marcharemos até o Parque Halfeld em defesa da educação, contra o desmonte do setor no país e em luta contra a reforma da Previdência”, convocou.
Em Juiz de Fora, o Diretório Central dos Estudantes da UFJF convoca uma concentração na Praça Cívica da Universidade que pretende sair em marcha pelo bairro Dom Bosco até o Parque Halfeld, no centro, onde acontecerá o ato. Ações de panfletagem e diálogo com a população sobre o corte de verbas para a educação, a reforma da Previdência e a importância da mobilização para a Greve Geral do dia 14 de junho estão programadas durante essa caminhada.
Para Gabriel Lacerda, coordenador do DCE da UFJF este é um importante momento de reivindicações dos estudantes, com pautas que vão além dos cortes. “É muito importante que amanhã, dia 30, a gente confirme a vontade dos estudantes. A luta continua não só contra o corte nas universidades, mas também contra a reforma da Previdência e rumo à Greve Geral”, disse lembrando que ao longo da semana houve mobilização nas salas de aula, com abordagens e falas sobre a importância da educação. Ainda de acordo com o representante do DCE, amanhã pela manhã vão acontecer atividades nos Institutos da UFJF e no Restaurante Universitário.