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Betão (deputado estadual PT/MG), Flávio Alberto do Nasimento (representante dos vigilantes das Escolas do Estado de Minas Gerais)

Betão defende vigilantes em audiência; já governo anuncia substituição de vigilantes por câmeras

Além da demissão dos 653 trabalhadores da empresa TBI, o secretário adjunto confirmou a redução dos contratos com a MGS

Apesar de Betão ter levado a causa dos vigilantes para todos os lugares (saiba mais), não teve jeito, o subsecretário de Estado de Educação, Edelves Rosa Luna confirmou hoje que a segurança das escolas será substituída até meados de junho deste ano por um sistema de videomonitoramento, antecipando para agora o encerramento do contrato, que seria feito em dezembro deste ano. Edelves informou ainda que haverá mais redução no contrato com a MGS por “questão de custos”.

Com isso, além dos vigilantes da TBI, as demissões poderão aumentar e se estender a mais funcionários da MGS (acompanhe o caso). Após o anúncio, o representante do governo disse ainda que existe a possibilidade de que os funcionários da MGS passem a fazer a vigilância de até oito prédios do governo de Minas Gerais, mas a informação não foi 100% confirmada.

A piora do cenário foi cogitada na manhã de hoje durante audiência pública solicitada por Betão na Comissão da Educação, Ciência e Tecnologia. “Vamos tentar levar essa luta adiante. Nossa preocupação é com a segurança das escolas e com os postos de trabalho dos mais de 600 vigilantes. O governador anunciou investimentos nas escolas na semana passada, mas não podemos, de forma alguma, ficar sem a devida segurança para os alunos e funcionários”, disse lamentando que ninguém da empresa TBI compareceu à audiência para dar mais esclarecimentos sobre a informação de que o contrato é oneroso.

Durante a audiência, o subsecretário voltou a falar em “readequação do orçamento”. “Teremos que fazer esses cortes para alcançarmos o equilíbrio do orçamento e assim chegarmos a uma boa gestão das 3620 escolas de Minas Gerais”, disse sob vaias. Ainda de acordo com Edelves “a partir de junho as 192 escolas passarão a contar com o videomonitoramento”. O secretário adjunto informou ainda que cada posto de atendimento da TBI custa, em média, R$ 21 mil. Já o videomonitoramento ficará em R$ 1.400.

Edilson Silva Pereira, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais contestou, “eu tenho aqui o relatório de custos e o posto de vigilância não custa R$ 21 mil como dito, custa em média, de R$ 5 a 7 mil. A nossa realidade mostrada hoje aqui é triste, mas a preocupação não é só com o nosso emprego, mas também com a segurança das pessoas. É importante discutir a escola em tempo integral, mas também é importante ter segurança em tempo integral. Outro ponto que me preocupou é que a diretora é que terá que contratar a empresa de segurança, isso é correto? Não, isso não é atribuição da diretora” relatou.

O representante dos vigilantes, Flávio Alberto fez um alerta: “acorda, sociedade mineira! Esse governo acha que o estado é uma empresa e só pensa em cortes”. Há 19 anos como vigilante ele contestou a decisão da secretaria de Estado de Educação. “O senhor (secretário) fala de sensibilidade, de valorização da educação, mas o que vemos é uma frieza e uma soberba. Me responda uma coisa, as câmeras vão evitar a violência, a depredação e agressão entre alunos? Esse governo só pensa em resultados, está olhando números e não a consequência da retirada dos vigilantes para a segurança dos professores, dos alunos e do entorno. Paga R$ 9 milhões todo mês para o Minas Arena, mas a gente é custo”, diz.

O deputado professor Cleiton foi categórico: “há pouco tempo fui assaltado com arma na cabeça e no meu prédio tinha câmera de segurança. São situações diferentes mas eu pergunto, as câmeras evitariam esse assalto? Eu respondo que não, por isso não acredito que nas escolas será diferente”, acredita.

Iniciativa

Durante a audiência, foram aprovados quatro requerimentos de autoria de Betão e de demais deputados presentes, para exigir mais informações sobre a decisão do governo. Um deles existe que as notas taquigráficas da reunião de hoje sejam enviadas para o Ministério Público para que ele avalie a decisão do governo e tome as devidas providências.

Também foram aprovados requerimentos que exigem da secretária de Educação Júlia Figueiredo Goytacaz Sant’Anna, informações sobre o parecer técnico para rescisão do contrato com a TBI, além do valor explicitado do montante do recurso que será investido para a implantação do videomonitoramento nas escolas. Foi exigido ainda que a secretária Júlia repasse informações sobre os estudos técnicos que comprovem a eficácia do videomonitoramento.

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