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Análise do 7º Congresso Estadual do PT: o que foi discutido ou proposto e o que faltou no Encontro do último fim de semana

Integrei a delegação do Diálogo e Ação Petista (DAP) ao 7° Congresso Estadual do PT, que se realizou nos dias 18 e 19 de dezembro. O debate de abertura do Congresso tratou da situação internacional com a presença dos companheiros da Executiva Nacional Markus Sokol (também membro do comitê nacional do DAP) e Luís Dulci.

Uma discussão importante se realizou porque entender os acontecimentos mundiais é fundamental para compreender o que estamos vivendo no Brasil. Há um profundo e generalizado ataque às conquistas da classe trabalhadora em nível mundial, fruto da crise também mundial do capitalismo, onde os povos buscam resistir como podem se utilizando de suas organizações (sindicatos e partidos), mas, quando esses não são capazes de representar os interesses das amplas massas, o que vemos são os trabalhadores combatendo e buscando se organizar por outros meios. 

Os “coletes amarelos” na França, os acontecimentos na Argélia, país do norte da África, que desde fevereiro realiza grandes manifestações todas as sextas-feiras (o domingo para os povos muçulmanos) e exige o fim do regime; ao lado das recentes manifestações no Equador, Chile e as eleições argentinas foram destacados, provando que há uma resistência profunda dos povos contra toda a destruição que o capitalismo está levando o mundo.

Mas, ao contrário do que a situação política exige, o Congresso foi de apenas um dia inteiro, ao contrário do que aconteceu em outros estados. Isso limitou em muito a discussão política, restringindo-a aos debates das chapas, na apresentação dos presidentes e defesa das chapas que disputaram a direção estadual. Nenhuma resolução ou moção foi aprovada e tudo remetido a próxima direção.

Essa foi a grande fragilidade do Congresso. Questões como combater para buscar abreviar ao máximo possível o governo Bolsonaro, quais as principais bandeiras de luta que o partido precisa abraçar tanto em nível nacional ou estadual, não foram apreciados como devia pelos mais de 300 delegados.

Os delegados do DAP procuraram dar conhecimento ao conjunto dos delegados do que estamos discutindo desde o início do PED (Processo Eleitoral Direto). Nossos companheiros e companheiras, em suas intervenções, procuraram apresentar os 7 pontos que para nós daria a base para a construção da necessária unidade do partido, mas em Minas Gerais isso não foi possível. 

O Congresso sequer teve a oportunidade de se posicionar contra o Regime de Recuperação Fiscal do governo Zema, que é a versão da aplicação do ajuste fiscal do governo Bolsonaro para o nosso estado. É um assunto que todos os petistas e suas direções em nível estadual e municipal deveriam ter conhecimento e poder combater e o congresso não foi um espaço para isso.

Outra discussão que perpassou o Congresso foi a decisão de uma das chapas inscritas – e parte de outra – não participarem do Congresso sob o argumento de que o processo não havia sido lícito. 

O DAP é da opinião que, de fato, o PED não é instrumento de eleição partidária que ajuda a unir e construir o partido. Muito ao contrário! Mas, aceitamos participar de um partido que infelizmente ainda mantém esse método de eleição. 

Então, ou neste contexto buscamos ajudar o partido a avançar a partir da discussão política ou emergimos para uma discussão de procedimentos que tampouco ajuda a resolver os problemas políticos que temos que enfrentar.

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