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Fórum pela Promoção da Igualdade Racial debate os rumos da mineração para as comunidades negras de Minas Gerais

Mandato do Betão participa do Fórum, que acontece em Muriaé, discutindo temas como regularização fundiária, os acidentes das barragens em Minas e a violência contra a juventude

A tão sonhada igualdade racial norteia o debate das 160 participantes do 12º Fórum pela Promoção da Igualdade Racial (Foppir). Entre eles a secretária da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de Minas Gerais (FETRAF-MG), Mariana Nzinga. “Discutir e falar em igualdade racial em uma sociedade tão desigual, que nega direitos à população negra, é o caminho para construção da sociedade do bem viver”, resume ela que também integra a organização do evento.

Com o tema “Mineração Aqui Não”, o Foppir deste ano acontece em Muriaé, entre os dias 14 e 17 de novembro. Desde sua constituição, o Fórum vem se tornando um evento referência em Minas Gerais na luta pela igualdade racial. “Além de discutir sobre a igualdade racial, temos que fomentar ações como o Fórum, que discute temas fundamentais para a elaboração de políticas públicas para os trabalhadores, jovens, mulheres e toda a população negra”, disse Betão lembrando que levará esses e outros assuntos para a comissão de Direitos Humanos, do qual faz parte.

O Foppir contará com representantes do movimentos sociais, entidades da sociedade civil, comunidades quilombolas e grupos culturais e religiosos. Temas relevantes como minérios e energia para soberania estão dentre os eixos temáticos e foram debatidos inclusive pelo deputado Betão na Assembleia Legislativa.

Eles sempre alegam que a mineração vai trazer desenvolvimento econômico, mas o que a gente vê é que as empresas de mineração trazem devastação e morte, como Mariana e Brumadinho. Constroem barragens feitas para romper e matar trabalhadores”, reforçou Betão, que também fez questão de colocar o mandato à disposição das comunidades quilombolas.

Fórum tem como marca a representatividade

Voltado para a inserção social, sobretudo, da etnia negra, o Fórum tem como marca a representatividade, segundo o fundador do grupo Afro Ganga Zumba, de Ponte Nova, Pedro Catarino. “A partir do despertar da consciência crítica e da luta organizada, o Fórum propõe formulação e implementação de políticas públicas, voltadas principalmente à promoção da igualdade racial”, disse Catarino.

Distribuídos entre palestras, grupos de discussões e oficinas práticas, os participantes vão debater outros eixos temáticos ligados ao negro como saúde, segurança alimentar, mineração e energia, soberania, juventude e dignidade humana. Com carga horária de 30 horas, o Fórum é organizado pelo Fórum Mineiro de Entidades Negras – Fomene, que possui coordenadorias, cujo membro de uma delas é Pedro Catarino, Ponte Nova.

O Fomene é importante, pois congrega diversas entidades do movimento negro, interioriza a discussão em conjunto com outros municípios mineiros e socializa a realidade do povo negro no Brasil, em especial, neste governo que não tem qualquer proposta para o nosso povo”.

Mais de uma década de discussões marcam o evento

Desde 2004 o Fórum é referência na discussão de igualdade racial de Minas Gerais. Atualmente, congrega mais de 20 entidades que atuam na promoção da igualdade racial. A articulação também faz questão de envolver grupos de discussões em mais de 50 municípios de Minas Gerais, diversas entidades, grupos e movimentos sociais, tornando-se um espaço para discussões, debates e proposições acerca de políticas voltadas para a promoção de igualdade racial em diferentes esferas do poder público.

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