Apesar das alegações de falta de recursos, portal da Transparência mostra que a receita do mês em 2020 é 5,1% superior a abril de 2019; deputados alegam que governo tem dinheiro em caixa
Às 15h45 desta sexta-feira o governador Zema usou novamente o twitter para anunciar o que ele acredita ser uma boa notícia “a segunda parcela do funcionalismo público será paga na próxima terça-feira 28/04”. A notícia, tão esperada pelos servidores, marcou a semana de anúncios feitos pelo governo do Estado que, ao invés de ajudar a conter a pandemia, mais parece estar jogando contra os mineiros.
Analisando a semana de trás para frente temos a ida do Secretário de Fazenda à Assembleia, que insistiu em falar que o governo de Minas, em função da pandemia, terá dificuldades em pagar o funcionalismo em maio e que “o Estado poderá virar com R$ 1.5 bilhão negativo e isso com certeza refletirá no pagamento dos salários pelo Executivo”. Gustavo, que não disponibilizou sua apresentação aos que acompanhavam a sua fala rápida, admitiu que apesar das idas e vindas de Zema à Brasília, nada ainda foi feito por Minas Gerais.
“A matemática do governo não bate. No site da transparência vemos que em abril Minas teve uma receita superior ao mesmo período do ano passado. O secretário de Fazenda fala que houve contingenciamento em outras pastas, menos na Saúde, ou seja, temos recurso. Portanto, porque até o momento não se quitou a folha de pagamento de todo o funcionalismo público e porque já se fala que em maio o Estado poderá não conseguir cumprir com a folha do Executivo?”, questiona Betão exigindo que o governo Zema priorize o pagamento dos servidores públicos, que pare de apenas anunciar cronogramas de pagamento como hoje e sim que pague em dia, além de criar alternativas econômicas para honrar os salários dos trabalhadores neste momento.
Flexibilização da quarentena coloca milhões de mineiros em risco
Logo após a ida do secretário à Assembleia para tratar dos questionamentos sobre o andamento da economia, o governo lança o Minas Consciente, um projeto, sem um estudo preciso, que mostra por meio de ondas de cores, os estabelecimentos que serão reabertos, de formas graduais, durante o processo absurdo de flexibilização da quarentena. Na planilha disponibilizada por Zema, não há uma explicação plausível para as determinações dessa flexibilização e tudo se torna ainda mais confuso.
Como neste governo tudo é colocado de forma digital e acessível para poucos, a partir da próxima segunda será lançando um site com os com protocolos considerados corretos pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), primeiramente orientando os estabelecimentos de serviços essenciais. Já a partir de quarta, haverá orientações sobre outras atividades comerciais que podem ser retomadas.
Sabemos que nem todos terão acesso à plataforma digital que disponibiliza os dados e isso torna o processo de flexibilização ainda mais perigoso. O governo deveria estar preocupado em defender a vida dos trabalhadores e junto a isso garantir renda para que possam proteger a saúde neste período. Zema, mais uma vez, demonstra estar alinhado aos discursos de Bolsonaro e deixa a população mineira à deriva.