Para Betão, agora é hora de resguardar os direitos dos trabalhadores e não pensar em demissões; nos próximos dias, categoria fará uma manifestação, de forma segura, em resposta aos anúncios e ataques do governo de Minas
“Nós, como defensores dos trabalhadores sabemos que agora não é hora de demitir ninguém, nem de apresentar Plano de Demissão Voluntária (PDV). Nosso compromisso é manter todo mundo empregado até pelo menos 2021, quando a gente vai começar a discutir o que é melhor para o trabalhador da MGS”, abre o assunto o representante da Associação dos Empregados Públicos Estaduais da MGS, Geraldo Neres Francino.
O trabalhador da MGS se refere ao recém anunciado PDV, que no texto original fala de “incentivo ao desligamento voluntário de empregados ocupantes dos empregos do quadro de Pessoal da MGS válido para os próximos 12 meses”, válido para cidades como Belo Horizonte, Araçuaí, Caratinga, Coronel Fabriciano, Divinópolis, Muriaé e Ponte Nova, dentre outras cidades. A medida, além de não ser justa neste momento, desagradou pela forma como foi colocada aos trabalhadores da MGS.
“Não tem vantagem alguma. Para os que aderirem será oferecido um salário inicial e a partir daí aumenta muito pouco anualmente. Com a adesão, ele perde o seguro desemprego, perde os 40% e uma série de benefícios. Ou seja, é vantajoso somente para o governo”, afirma Geraldo.
Mandato do Betão adere novamente à luta dos trabalhadores da MGS
“Desde o começo do governo Zema, o discurso é de ataque à classe trabalhadora e de demissões dos servidores da MGS, cortes que já chegam a quase 4 mil pessoas. Nosso mandato tem acompanhado a forma desumana como esse governo tem tratado os trabalhadores de todos os setores. Com a MGS, já realizamos diversas audiências contra o processo de demissões e agora não seria diferente, cobrei sim por meio de requerimento e fiz uma nota de repúdio porque agora é hora de assistir à classe trabalhadora”, afirma Betão.
Quem também não avaliou de forma positiva o PDV é o integrante da ASSEPEMGS – Associação dos Empregados Públicos Estaduais da MGS, Renato Amaral, assessor sindical. Ele afirma que a categoria tem se organizado contra essa decisão.
“Acompanhamos com muita revolta e surpresa essa discussão em meio à pandemia. Estamos falando de um cenário de caos e de crise e essa crise econômica não pode ficar nas costas dos trabalhadores. Estamos falando de trabalhadores, que em sua maioria, recebem um salário mínimo. Portanto, achar que a demissão desses trabalhadores vai resolver as contas do Estado é novamente uma absurdo”, reforça.
São cerca de 4 mil pessoas que já foram mandadas embora. Pessoas que ganham cerca de R$ 900. Uma incoerência porque na mesma semana em que o governador mandou essas pessoas embora ele foi à ALMG para pedir que seus secretários continuassem a ganhar os famosos Jetons, ‘porque eles ganham pouco’, um descaso”, reforçou Geraldo afirmando que na semana que vem haverá um ato, feito de forma segura, onde os trabalhadores irão protestar contra mais esse ataque.