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Trabalhadores da saúde em Juiz de Fora pedem mais testes e novos profissionais para suprir a demanda durante a pandemia

Sind-Saúde JF acionou nosso mandato com um alerta: na falta de enfermeiros, profissionais estariam sendo remanejados para outras alas mas sem experiência e treinamento

Sem testes, profissionais da saúde em Juiz de Fora aguardam a boa vontade do Estado de Minas Gerais para saberem se estão aptos ou não para continuarem  no enfrentamento da pandemia na Zona da Mata. Essa é a realidade de cerca dos 700 profissionais da saúde do Hospital João Penido, que além de estarem sem os testes, estão passando por outro problema, a falta de mão de obra para o atendimento dos pacientes durante o surto da Covid-19.

Preocupada com a situação, a diretora regional do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais em Juiz de Fora, (SindSaúde/JF), Lenir Romani, procurou nosso mandato em busca de ajuda e com informações preocupantes. “Chegaram apenas 300 kits para testes, que serão divididos entre pacientes e profissionais da saúde”, explica.

A falta de testagem contraria a lei estadual 23.659/2020, publicada  no último dia 10 de junho, a qual determina  a obrigatoriedade de testes periódicos a todos os profissionais de saúde. Na prática, a realidade dos profissionais de saúde em Juiz de Fora ainda é a fila de espera pelos materiais.

Lenir explica que no Hospital Regional João Penido, a falta de mão de obra tem feito com que a direção pedisse o remanejamento de alguns profissionais para alas sem treinamento nem o devido conhecimento prático. A medida tem desagradado alguns profissionais que se sentem sem respaldo para as mudanças e que já protocolaram uma representação contrária à medida no Sind-Saúde.

Eu, por exemplo, tenho 11 anos de experiência e atuação na ala feminina e não posso simplesmente ser remanejada para o CTI, que é uma ala que exige muita complexidade", explica informando que os colegas de trabalho estão intimidados porque a direção do Hospital pediu que eles assinassem uma "orientação técnica", informando se poderiam ou não ser remanejados. "Complicado, porque neste momento ninguém vai recusar paciente, mas precisamos estar devidamente treinados para atendê-los", reforça.

Mandato vai levar novamente as demandas dos trabalhadores para a Secretaria de Estado de Saúde

Desde o último dia 3 de abril, em reunião remota com o Secretário de Estado da Saúde, Carlos Amaral (link), o deputado estadual Betão tem cobrado mais atenção aos trabalhadores da saúde na Zona da Mata. Com a ampliação de 10 novos leitos, passado agora para 20, a Fhemig não acompanhou o aumento das demandas, e em contrapartida, também não ampliou de forma satisfatória a contratação de novos profissionais. Lembrando que a cidade conta com mais de 6 mil casos de contaminação pela Covid-19 e com 47 mortes pela doença.



“Estamos atentos à demanda dos servidores da saúde. A nossa luta começou com as denúncias de falta de EPIs e da precarização das condições de trabalho e uso dos equipamentos durante a pandemia. Se o Estado não acordar e melhorar a testagem e o investimento nos profissionais da saúde, não teremos como combater a pandemia na Zona da Mata. Por isso, vou apresentar nesta semana um diagnóstico com todo o histórico de demandas dos servidores da cidade”, afirma Betão lembrando que no último dia 14 de maio entrou também com uma representação no Ministério Público cobrando mais leitos para a cidade.

“Além de mais testes, de treinamento e suporte com mais profissionais durante a pandemia, a gente queria também que esse governo ouvisse mais a gente. Todas as decisões são unilaterais. Nem um representante Sindical ligado à saúde compõe o Comitê da Covid-19 no Estado.  Eles não ouvem que está na ‘ponta do atendimento’ e não sabem quais são as adequações nem a realidade dos profissionais da saúde”, complementa.

Editais não suprem as demandas

No site da Fhemig  há um edital, com seleção já concluída, para contratação temporária de duas novas modalidades: Técnico em Patologia Clínica e Técnico em Farmácia. Também no site há diversos protocolos sobre riscos e testagem envolvendo pacientes e profissionais da saúde, mas a realidade, entretanto, não mostra o número de testes realizados nos profissionais por região.

Para Lenir, só a análise do número de contratações já mostra que os investimentos do Estado não suprem os eventuais problemas de falta de profissionais em Juiz de Fora. “Se temos oito profissionais e dois ou três deles passam mal ou são afastados, como a gente faz?”, finaliza.

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