Na manhã deste sábado, 29/09, logo após o início das discussões sobre a proposta de reforma da Previdência de Zema na Assembleia Legislativa, que se estendeu por toda a sexta-feira, 28/08, Betão se reuniu com cerca de 30 servidores da educação superior de Minas Gerais para discutir a organização da categoria contra esse ataque cruel que aumenta o tempo de contribuição, confisca salários e atinge em cheio aos professores, principalmente às mulheres. Durante cerca de 2 horas de conversa, representantes da Universidade Estadual de Mina Gerais (UEMG) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), conduziram um debate rico e apresentaram suas demandas.
Betão iniciou sua fala lembrando que nos últimos dias a proposta passou por três comissões da Casa e que, depois de rejeitada pela Comissão do Trabalho, da qual faz parte, em 24 horas passou pela FFO (Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária) e por uma Comissão Especial para tratar do tema, sendo liberada para plenário, onde foi combatida pela bancada do Partido dos Trabalhadores com bastante ênfase.
“Zema quer aprovar essa proposta às pressas, sem permitir que os principais atingidos, que são os servidores públicos, possam se mobilizar, mais ainda em meio a uma pandemia. Essa reforma é dos banqueiros e rentistas, não é uma pauta dos trabalhadores. A grande mídia, aliada desses setores, repercute o discurso de Zema, mas nós temos que informar a população em todos os espaços para que todos saibam da crueldade que o governador está fazendo com o funcionalismo público”, afirma do deputado.
Para a diretora da UEMG de Barbacena Kelly da Silva, essa mobilização e conscientização da categoria é essencial. “O governo Zema, desde o início, trabalha pelo desmonte do Estado, estamos em uma situação em que retiram a cada dia mais os nossos direitos e nós devemos agir como podemos dentro desse cenário de pandemia. Temos que aproveitar a internet para divulgar todo esse ataque que a reforma representa para os nossos colegas e chamá-los para a luta”, acredita.
“Essa reforma, traduzindo de forma simples, pode ser interpretada com a frase: “você vai trabalhar até morrer!”, exemplifica Fernando Melo, diretor da Associação de Docentes da Universidade Estadual de Minas Gerais (ADUEMG). Fernando se refere ao aumento no tempo de contribuição dos servidores, que chega a 65 anos para homens e 62 para mulheres. “Se a expectativa de vida do brasileiro é em torno de 70 anos, trabalhar até os 65, com as condições de trabalho cada vez mais precarizadas, significa trabalhar até a morte. Vemos um governo que destrói a nossa carreira, já extremamente defasada, e que apregoa um discurso de austeridade enquanto renuncia de receita, isentando grandes empresas. Que proposta de austeridade é essa que quer criar outros órgãos para gerir a Previdência estadual se já temos o Ipsemg?”, complementa.
“Nós que entramos recentemente, sofremos com a falta de isonomia entre as carreiras e a reforma da Previdência vem aprofundar ainda mais esse cenário”, aponta Gustavo Cepolini Ferreira, da atual direção da Associação de Docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (Adunimontes). “Nossa luta é cotidiana contra o governo Zema e seus desmandos, essa reforma é o pior que pode nos acontecer. Lutamos também pelos concursos públicos, porque temos uma leva muito grande de professores designados”, acrescenta.
Já a professora da UEMG de Barbacena Carlúcia Maria da Silva acredita que em função da ameaça da reforma é preciso que haja constantemente essa mobilização, mesmo que de forma remota, para discussão e reforço da luta histórica contra a perda de direitos que enfrentamos. “Devemos nos juntar aos demais servidores do Estado e garantir que não haja perda desses direitos. Nos somamos à Unimontes, a todo o funcionalismo público e aos parlamentares como o Betão, que lutam contra esse modelo ultraliberal que avança, não só em Minas, mas no Brasil. Sem a nossa participação social e política, isso só tende a piorar”, afirma.
Betão finalizou a reunião respondendo aos questionamentos dos presentes e chamando a todos e todas para uma luta contínua em todos os espaços, mesmo que de forma remota, para que essa proposta seja derrubada. “Qualquer emenda ou mudança no texto da reforma, não vai atender aos interesses dos trabalhadores, mas sim penalizar e retirar direitos. Nossa luta dentro e fora do parlamento é para derrubar esse absurdo e a mobilização de todas as categorias é fundamental”, finaliza lembrando que a votação está prevista para próxima terça-feira, 01/09.