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Encontro Estadual do Diálogo e Ação Petista busca unidade para a reconstrução do Partido dos Trabalhadores

Tema central do encontro foram as reformas da previdência e do trabalho, além da construção de um projeto de união com o PT em torno de um projeto único e a bandeira Lula Livre

Sábado, 9h35, e cerca de 70 pessoas de diferentes cidades estavam reunidas na capital mineira em torno de um propósito: buscar alternativas por meio do diálogo e da unidade para enfretamento do atual momento político e social do Brasil e do mundo. Foi nesse contexto que o Encontro Estadual do Diálogo e Ação Petista, reuniu mães, pais, crianças, jovens, militantes e dirigentes do PT, para falar da reforma da previdência, trabalhista, o crime da Vale e a crise internacional envolvendo a Venezuela.

            O deputado estadual Betão (PT) participou de uma das mesas de diálogo que tratou das perdas de direitos dos trabalhadores e da democracia. “É importante fazer discussões políticas e de conjuntura internacional como essas. Nessa semana tivemos a apresentação da reforma da previdência, que é um retrocesso e um aprofundamento da crise causada pela reforma trabalhista. Acredito que a Central Única dos Trabalhadores e as demais centrais terão um papel fundamental para reverter esse cenário e evitar novos desmontes. Nós do PT temos a maior bancada na Assembleia Legislativa e se precisar, nós vamos utilizar essa força a favor dos trabalhadores”, disse.

            Betão lembrou ainda do crime cometido pela Vale em Brumadinho, que nesta segunda-feira (25/02) completa um mês. O deputado citou que nessa sexta-feira, a Assembleia aprovou um projeto que colabora com o aumento da segurança e das fiscalizações das barragens do Estado. ” O projeto aprovado faz uma série de exigências às mineradoras com relação à construção das barragens, mas o mais importante é fazer uma ampla discussão com a sociedade sobre o processo de reestatização da Vale. Por isso, o nosso companheiro Rogério Correia já está a frente da organização de um plebiscito para consultar a população sobre o assunto”, explicou.

O deputado federal, Patrus Ananias, fez um convite a todos para que analisassem a história política e social do Brasil, para entender a atual crise. “Hoje precisamos nos debruçar sobre a história do nosso país, da ausência do Estado, da concentração da terra, a questão indígena e de outros fatores que culminaram nesse atual desgoverno do Bolsonaro.Temos que lidar com temas gravíssimos como a reforma da previdência, o pacote anticrime, a escola sem partido e a repressão aos movimentos sociais. Os desafios que se colocam para nós hoje é recuperar a hegemonia da sociedade, ter uma formação política, aprofundar o diálogo com os pobres, com a juventude, as igrejas, os trabalhadores e a classe media. Por isso, esse encontro é fundamental para a gente alinhar os pensamentos”, pontuou.

Diálogo COM Ação e contra os desmontes e as reformas

O presidente do Partido dos Trabalhadores em Belo Horizonte, Arnaldo Godoy chamou atenção para a necessidade de mobilização, e mais do que nunca de ação. “O momento que atravessamos exige de todos e todas uma união em torno da construção de uma unidade política e de ação, para que possamos enfrentar os desafios que estão postos no caminho dos trabalhadores, da justiça social e da democracia. É esse o esforço que a história exige de nós, de escutar o outro, apesar das diferenças, das peculiaridades. E a meu ver, o encontro do Diálogo e Ação Petista é fundamental para que possamos buscar essa unidade”, afirmou durante o encontro.

O vereador de Belo Horizonte, Pedro Patrus, também vê no DAP um grande instrumento de formatação de uma proposta conjunta, que reflita as principais demandas da população.  “Precisamos desse espaço, precisamos de dialogar, mas precisamos agir também. Temos que tratar de uma forma conjunta de temas como as reformas e o atual governo de Minas Gerais, que mantém alinhamento com algumas propostas de Bolsonaro. Temos, mais do que nunca, nos unir e agir”, acredita.

Maria Aparecida de Jesus, presidente do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais, acredita, mais do que nunca, na representatividade do PT como protagonista no processo de discussão das bandeiras que ferem os direitos dos trabalhadores e das classes sociais. “Estamos em um momento muito cruel e crucial para buscarmos saídas. Precisamos debater um projeto não só para Minas Gerais, mas para o Brasil. Esse momento é fundamental para os trabalhadores, para mulheres, jovens e as classes menos favorecidas, e cabe a nós que estamos aqui, buscar uma alternativa. Por isso temos que aproveitar temas como a reforma da previdência, a bandeira Lula Livre, a questão das mineradoras em Minas Gerais, pra gente realmente mudar essa realidade”, afirma.

Para Carlos Magno, da Executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), agora é hora de refletir e avançar. “Precisamos repensar nossa caminhada e a capacidade de construir uma unidade política, com objetivo de fazer enfrentamentos a essa crise que atinge a todos, em especial a classe trabalhadora brasileira. Esse espaço é fundamental é por meio dele que a gente vai combater as perdas coletivas, os retrocessos, que destroem sistema de proteção social e a retirada de direitos feitas no governo golpista e aprofundada no atual governo”, garantiu.

Diálogo do povo e para o povo

Organizadora do Encontro, e membro do diretório estadual, Sumara Oliveria, reconhece a importância da realização dos DAPs nas cidades, em especial o encontro estadual realizado nesse sábado, que contou com a presença de representantes de outras cidades, como Pingo d’´Água, Contagem, Timóteo Ipatinga, Ubá e Governador Valadares.  Para ela, além de produtiva, a discussão retoma de uma forma atual o propósito de um partido criado há 39 anos. “Essas questões levantadas aqui hoje fazem parte da formação e construção do Partido dos Trabalhadores e merecem ser analisadas”, reflete.

 

            Uma das primeiras a chegar, Shirlei Batista Nascimento, que há 23 anos é filiada ao Partido dos Trabalhadores, relata que dois sentimentos a mantém unida ao PT. “O que me trouxe hoje foi a mística do PT e a luta que só existe no Partido dos Trabalhadores. Penso que em um sábado como esse, abrir mão de tudo para estar aqui vale a pena. Sabemos que existem aspectos negativos, mas aqueles que realmente conhecem o propósito do PT não o abandonam. E digo mais, com Lula a gente vai até o fim”, disse emocionada.

Todos os caminhos levam a Lula Livre

No relato do aposentado Marinho foi difícil conter as lágrimas. Emocionado ele relembra os avanços do governo Lula, vivenciado por ele no dia a dia. “Eu tenho esperança de ver o Lula de novo e mais de vê-lo presidente. Eu posso falar com certeza que nunca teve um presidente que falasse para o povo e cuidasse do povo e eu sei disse porque a minha vida mudou para melhor durante o governo dele”, contou emocionado.

Luiz Eduardo Greenhalgh, membro do Diretório Nacional do PT e coordenador nacional do DAP brincou que tinha preparado uma breve fala sobre atual conjuntura, mas que “ia mesmo era falar do companheiro Lula”, relatou à plateia que não conteve os aplausos. Ele relatou a dor de ir visitar o presidente Lula pela primeira vez na prisão, em Curitiba, e que no local havia uma placa com os dizeres “penitenciária construída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. “Foi uma dor e um choque. Uma grande incoerência. Por isso, mais do que nunca é nossa obrigação lutar e falar da liberdade de Lula, sempre”, afirmou.   Durante o encontro, os participantes fizeram uma carta para o ex-presidente, que será entregue por Greenhalgh. Para ele, seu maior sonho é “descer a rampa da polícia federal com Lula e subir logo em seguida a rampa do Palácio do Planalto com ele como presidente”, conta emocionado.

Luiz também fez questão de falar da crise na Venezuela e os riscos da intervenção militar dos Estados Unidos. Para ele, é dever de todos petista se posicionar sobre esse problema internacional. “É uma obrigação de todos os petistas, homens e mulheres, tratar desse assunto. Temos que lutar pela paz e pela soberania dos povos. O quê não queremos aqui, nós também não queremos na Venezuela. “Não se trata de defender determinados governos, mas sim a não intervenção militar, a paz e a autodeterminação dos povos”, finalizou.

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