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Betão convoca a todos para a campanha internacional pela liberdade Louisa Hanoune, do PT da Argélia

A campanha internacional pela liberdade Louisa Hanoune, secretária-geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia, foi apresentada pelo deputado Betão nesta segunda-feira (10/06), durante coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Parlamentares, trabalhadores, sindicatos e centrais em pelo menos 40 países se unem para coletar assinaturas e enviar à embaixada da Argélia contra a prisão da secretária-geral. Na Assembleia Legislativa Betão apresentou uma moção pela libertação de Louise que já conta com a assinatura de todos os 10 deputados do PT e também de outras siglas.

Louisa teve a prisão decretada no dia 9 de maio, por um Tribunal Militar, quando foi prestar depoimento como testemunha em um processo envolvendo três membros do governo Bouteflika (1990-2019). Desde então a secretária-geral do PT da Argélia se encontra presa injustamente. Durante a coletiva, Betão explicou que a prisão de Louisa é reflexo da crise política no país. “A prisão de Louisa é política e acontece em um momento em que a Argélia vive um processo de “convulsão social”. Hoje milhares de pessoas saem às ruas toda sexta-feira em uma situação parecida com o que acontece na França, com os coletes amarelos exigindo o fim do regime”, explicou Betão.

O deputado disse ainda que a situação da prisão da integrante do PT da Argélia é grave porque assim como a prisão do ex-presidente Lula, tem também um viés político. “Assim como foi mostrado pelo Intercept (veja a nota do PT), a prisão de Lula foi uma prisão política, claramente feita para que ele fosse impedido de disputar as eleições de 2018. Na Argélia a prisão de Louisa também tem o intuito de privar o povo argelino de uma de suas principais lideranças populares. As duas causas se irmanam e por isso é necessário que nos mobilizemos nessa campanha internacional para a libertação da companheira argelina”, reforçou.

Quem também manifestou sua preocupação com o contexto político da Argélia e com o comprometimento das instituições democráticas no país é o economista e membro da executiva nacional do Partido dos Trabalhadores no Brasil, Markus Sokol. “É claramente uma prisão política dentro de um contexto de mobilização da população contra o atual regime. O país está sem governo legítimo porque o atual mandato já venceu e não foram feitas novas eleições. É uma sensação de incerteza muito grande. Isso nos faz renovar as preocupações com relação ao desdobramento, em especial para as pessoas detidas. Por isso a campanha pela liberdade de Hanoune é uma causa urgente”, disse lembrando que mesmo na cadeia, o presidente Lula fez questão de mandar um comunicado em solidariedade à companheira do PT da Argélia. “Entre os povos não há fronteiras e nem as grades podem separas as pessoas que têm uma luta determinada pela causa popular. Com esse gesto, o presidente Lula mostrou mais uma vez sua grandeza”, complementou.

Em Minas Gerais a campanha também ganhou força dos parlamentares e dos dirigentes de diferente sindicatos e centrais. A presidente do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais, Cida de Jesus, vê com grande preocupação a semelhança entre a prisão de Louisa e Lula. “A prisão de Louisa é semelhante a de Lula, preso para não concorrer a eleições de 2018. Nós do Partidos dos Trabalhadores temos o dever incondicional de entrar na luta pela libertação de Louisa, assim como temos que lutar incessantemente pela liberdade de Lula. A prisão de um e de outro tem tudo a ver com o que passamos agora e eu sinto que a nossa democracia está em risco, por isso o PT tem como tarefa estar presente e convocar a todos e todas luta pela liberdade dos povos”, acredita.

Representando mandato da deputada estadual Andreia de Jesus (PSOL) e a executiva estadual do partido, Isabela Oliveira reconheceu a importância do engajamento. “Em um momento como esse em que cada vez mais se atenua a crise econômica e do capitalismo pelo mundo, e que alguns regimes investem em ataques mais incisivos à soberania dos países, é fundamental nos unirmos pela não degradação dos sistemas democráticos”, disse também citando o vazamento do diálogo na revista Intercept. “Temos que lutar em defesa da legalidade e da democracia para que novos casos como esses não aconteçam”, completa.

O coordenador geral do Sindicato dos Eletricitários e membro da Frente Brasil Popular, Jefferson Silva, lembrou que no último dia 30 de março a Frente reafirmou seu compromisso de solidariedade internacional para fortalecer a luta dos povos contra o avanço da ultradireita e pela garantia da democracia. “A prisão de Louisa representa um acirramento das práticas antidemocráticas e sabemos quais são os resultados. Se Lula não tivesse sido preso não estaríamos discutindo uma reforma da Previdência. A causa de Louisa é uma causa mundial. Devemos nos mobilizar para defender e pedir a liberdade do povo argelino, que vem questionando quem de fato tem conduzindo o país.

Contexto político

Há três meses, desde 22 de fevereiro, todas as semanas, milhões de pessoas saem às ruas. Num país com 40 milhões de habitantes as mobilizações reúnem de 17 a 20 milhões, num movimento que veio das ruas e locais de trabalho com uma grande participação da juventude. Inicialmente contra um 5º mandato do presidente Abdelaziz Bouteflika, evoluindo para a exigência de “fora o regime”.

Na década de 1990, com a abertura ao multipartidarismo, é criado o Partido dos Trabalhadores, que tem como principal liderança Louisa Hanoune, então militante da clandestina da Organização Socialista dos Trabalhadores. Deputada da Assembleia Nacional por quatro mandatos, até renunciar em março deste ano, diante da rejeição das massas às instituições do regime, Louisa foi a primeira mulher, no país, a ser candidata à Presidência da República.

Jornada Internacional

Em 20 de junho, dia em que os advogados de Louisa Hanoune terão autorização para apresentar uma nova demanda para a sua libertação, o ACIT (Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos) decidiu convocar uma Jornada Internacional com concentrações nas embaixadas argelinas. Já estão confirmadas atividades na Alemanha, Inglaterra, Portugal, Espanha, França, Suécia, México e Peru. No Brasil, em função do feriado de Corpus Christi, a concentração em frente à Embaixada da Argélia em Brasília, acontecerá em 19 de junho. As moções pela libertação de Louisa podem ser enviadas para a Central Única dos Trabalhadores por meio do endereço eletrônico [email protected].

Países onde se desenvolve a campanha pela libertação de Louisa Hanoune

América: Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Venezuela, Guadalupe, Haiti, Martinica, República Dominicana, Panamá, Estados Unidos e México.

África: Benin, Camarões Costa do Marfim, Mali, Nigéria, Senegal, Guiné, Marrocos, Ilhas Maurício, Mauritânia, Niger, República Democrática do Congo, Ruanda Chade, África do Sul, Togo, T
unísia e Sudão.

Europa: Alemanha, França, Espanha, Itália, Portugal, Suíça, Suécia, Inglaterra, Turquia, Polônia, Rússia, Cazaquistão,Ucrânia, Croácia, Eslovênia, Moldávia, Romênia, Bielorrússia, Letônia e Armênia.

Oriente Médio: Líbano, Síria, Barém, Jordânia, Iraque, Irã e Palestina

Ásia: Coreia

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