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Betão participa de audiência pública para discutir o fechamento de unidades da Cemig no interior de Minas Gerais

Para o deputado, inciativa reflete um desmonte pregado pelo Estado e uma clara intenção de sucateamento da Companhia para uma futura privatização

Trabalhadores do setor energético, prefeitos e consumidores se reuniram com parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para discutir o fechamento de unidades e agências utilizadas pelos eletricitários da Cemig em cidades do interior. A medida anunciada pela Companhia em janeiro deste ano, passa a valer a partir da próxima segunda-feira já em algumas cidades, como Campos Altos.

A decisão impacta diretamente na vida de cerca de 150 trabalhadores da empresa, que serão transferidos para cidades polo. Na prática, a medida afeta o atendimento em cidades menores, aumentando o tempo de espera e deslocamento dos funcionários. Para o deputado Betão, o fechamento das unidades é uma estratégia que prejudica trabalhadores e consumidores. “Não aceitaremos a política de desmonte aplicada no governo Zema, que sucateia para depois tentar privatizar. O sucateamento é real. Nós, da Assembleia, dos sindicatos e das prefeituras temos que combater isso”, acredita.

O coordenador-geral do SindiEletro de Minas Gerais, Jefferson Silva, alerta, que o problema é bem maior e deve sim ser tratado com muito cuidado. “A energia elétrica no Estado não pode ser tratada com a perspectiva que a atual gestão da Cemig tem colocado. Eles falam que o fechamento irá reduzir custos, mas na verdade eles não levam em consideração as especificidades de cada setor dentro da empresa, e também os impactos que isso vai gerar para o consumidor, para a empresa e para os trabalhadores. Muito desses trabalhadores terão que mudar suas vidas para outras cidades”, alerta.

Quem também manifestou preocupação com os servidores durante a audiência pública foi o diretor executivo da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Ederson Alves Silva. “Nós da CUT estamos aqui para apoiar os trabalhadores da Cemig. Não podemos aceitar esse fechamento, que torna precária as relações de trabalho, principalmente sem o devido diálogo com o movimento sindical. Nós queremos garantir a qualidade e o serviço essencial para a população, além do direito dos trabalhadores” afirma.

Everton de Alcantra Tardelli, presidente da Federação dos Urbanitários de Minas Gerais destaca que “esse processo de sucateamento vem ocorrendo na Cemig ao longo dos anos, com a redução do quadro de empregados e do aumento da terceirização. Isso vem refletindo diretamente na qualidade dos serviços prestados, que está cada vez pior”, avalia.

Impactos

Prefeito de Bom Jardim de Minas conta que são frequentes os problemas com energia na cidade e que o fechamento da unidade, que hoje atende a cerca de 15 outras cidades da região, vai impactar na qualidade do serviço de energia. “Já fizemos duas audiências públicas contra o fechamento da unidade, que conta somente com dois funcionários. Em uma dessas audiências a energia acabou. Como que a gente vai ficar sem uma assistência rápida? Não podemos aceitar esse fechamento que só beneficia a Cemig”, pondera. O prefeito lembrou que a cidade vive um quadro constante de perda de energia, que prejudica hospitais e o fornecimento de serviços básicos.

O eletricista da Cemig em Campos Altos, Alto Paranaíba, Mauro Luciano e Silva, que também é representante dos trabalhadores envolvidos na questão, explica a importância de se manter abertas as unidades da Cemig nas cidades do interior. “São os funcionários da Cemig que estão lá, nas cidades mineiras, representando a empresa junto à população e ao poder público local. Infelizmente a Cemig não quis escutar os eletricistas. Nós não queremos ir embora das nossas cidades”, relata afirmando que, “a nossa preocupação não é só com a nossa vida pessoal, mas também com a população, porque lá nas cidades, nós inibimos e combatemos as fraudes, irregularidade e também fiscalizamos as obras da Cemig”, acredita.

A Cemig se comunicou por meio de nota direcionada à Assembleia, que está “executando diversas ações para se adequar a aos requisitos regulatórios estabelecidos pela agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel e em especial enquadrar as despesas operacionais de cobertura regulatória tarifária. Iniciativas estão sendo realizadas pela empresa de forma planejada, e uma dela diz respeito ao remanejamento de empregados, para assegurar o melhor atendimento aos nossos clientes, o posicionamento adequado das equipes, a utilização dos processos, a realização de serviços de forma integrada e com maior produtividade, garantindo assim, o efetivo aproveitamento do posto de trabalho necessário aos negócios da Cemig Distribuição, em consonância com as diretrizes regulatórias. Cabe ressaltar que as adequações necessárias estão sendo realizadas de forma a manter os níveis de qualidade, com agilidade, eficiência e segurança, na realização dos serviços aos nossos clientes”, informou.

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