Organizações e produtores rurais da Zona da Mata pretendem, no futuro, criar uma associação para garantir o selo de origem dos produtos rurais
Produtores agroecológicos da Zona da Mata poderão ganhar no futuro um selo de certificação que garanta a origem dos produtos rurais produzidos na região. O assunto foi discutido no Seminário Estadual de Certificação Participativa da Produção Orgânica, que acontece entre os dias 18 e 19 de setembro, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
No encontro, produtores, organizações e cooperativas agroecológicas da Zona da Mata discutiram como se articular para promover a agroecologia na região e em Minas Gerais. O mandato do deputado Betão marcou presença para reforçar o compromisso de apoio à rede de fortalecimento da cadeia produtiva dos produtores orgânicos do Polo Agroecológico da Zona da Mata mineira.
“Estamos vivendo uma era de flexibilização do uso agrotóxicos e só nesta semana Bolsonaro liberou mais 63 novos produtos para uso. Em Minas não é diferente, e Zema já disse que quer reduzir em 67% o valor da multa para quem usa agrotóxico. Por isso, temos que investir em ações como essa que fortaleçam a agroecologia e a defesa do consumo de uma alimentação saudável e sem riscos”, diz Betão.
Para o presidente da Associação Mogico e da ONG Nepa, Carlos Eduardo Werner, conhecido como Caseh, o objetivo do evento é reunir produtores interessados não só na certificação, que para ele, será um diferencial para a Zona da Mata, mas também no fortalecimento do setor e ampliação da agroecologia. “O evento é uma grande oportunidade para que os produtores troquem experiências, juntos aos técnicos da Emater e do Ministério da Agricultura, Pecuária, e Abastecimento”, disse Caseh
O presidente da ONG acredita também que a iniciativa fomenta nos produtores a vontade de se organizarem corretamente em estruturas como os Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade (OPAC). “A ideia é esclarecer e desmistificar o que é preciso fazer para criação de uma estrutura básica de organização que garanta a certificação”, reforçou o representante da ONG que atua há seis meses junto à 30 associados.
Além de Juiz de Fora, participaram do evento produtores de Piau, Arantina, Matias Barbosa, Santos Dumont, entre outras cidades do entorno. Representantes das entidades que atuam na produção agroecológica, como a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop/UFJF). a ONG NEPA e a Associação Mogico, falaram sobre a história do movimento na Zona da Mata, na abertura do evento, nesta quarta-feira (18).
Políticas pública trarão reconhecimento à causa
Lançada nesta segunda-feira (16), durante a audiência pública na Comissão de Participação Popular da ALMG, a Frente Parlamentar em Defesa da Agroecologia, da Agricultura Familiar, da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional será mais um instrumento de fomento à causa (saiba mais).
Junto aos mais de 30 parlamentares estaduais e outros federais, sociedade civil, entidades ligadas à causa e movimentos sociais, foi criado um compromisso de fomentar e criar mais políticas públicas para o setor em Minas Gerais
Uma das cobranças é que sejam cumpridas as leis em vigor que fomentam a produção da agricultura familiar, livre de agrotóxicos e dentro das normas de segurança alimentar. São elas;
Lei 23.207, de 2018, que institui o Polo Agroecológico e de Produção Orgânica na região da Zona da Mata;
Lei 21.147, de 2014 , que institui a Política Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais;
Lei 21.146, de 2014, que cria a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica.
Quer saber mais sobre o Sistema Participativo de Garantia (SPG),formado pela reunião de produtores orgânicos e outras pessoas interessadas em organizar a sua estrutura básica. A estrutura é composta pelos membros do Sistema e pelo Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (OPAC).
Para mais informações acesse: http://povosdamata.org.br/sobre-rede/organismo-participativo-de-ava