No dia que em que o crime de Brumadinho completou 9 meses, moradores, representantes de sindicatos e movimentos sociais marcharam pelas ruas de Brumadinho para lembrar as 300 mortes, para pedir a soberania nacional e também a reestatização da Vale.
O ato, que contou com a presença do deputado estadual Betão e do federal Rogério Correia foi também em memória às 18 vítimas ainda desaparecidas. “Por todo mundo há um movimento de reestatização de mais de 2 mil empresas que eram públicas. Isso acontece porque somente uma empresa pública pode dar condições de proteger os trabalhadores e a população, e não atender predominantemente aos interesses dos acionistas”, alerta Betão.
“Não somos números, não somos só matrículas. Somos vidas e vidas que foram interrompidas”, lembrou Moisés Clemente um dos sobreviventes do crime da Vale em Brumadinho. “O capitalismo selvagem foi o que matou 300 vidas e as que ficaram não tem qualquer respeito porque algumas famílias não conseguem nem recuperar os corpos e sofrem problemas psicológico e psiquiátricos sem respaldo nenhum da Vale criminosa”, disse lembrando que no ato não teve nenhum representante da Vale.
Do outro lado da rua, Amanda Aparecida acompanha de longe o ato, e devido à dor de ter perdido um parente na tragédia não quis falar muito. “Perdi uma prima que estava no restaurante na hora do rompimento da barragem. Meu primo, irmão dela, é um dos sobreviventes da tragédia mas ficou com graves sequelas. Minha tinha coitada teve que mudar para Sarzedo porque ela não suportava passar em frente à ponte e lembrar que perdeu uma filha”, conta a jovem citado a ponte onde passa o Rio Paraopeba, hoje contaminado pelo rompimento da barragem.
Integrante do movimento dos quilombolas e moradora da região, Nanci Ramos também relembra a dor das famílias dos 300 mortos e fala que só a união poderá buscar justiça pelo crime da vale. “Temos que nos unir, nos organizar e buscar justiça. Temos que lutar para ter a Vale de volta, reestatizada. Basta de tanta exploração e de mortes”, disse emocionada.
Representando o sindicatos dos Metroviários de Minas Gerais, Batista Garrilho lembrou que a dor das famílias de Brumadinho é dor todos. Ele também chamou atenção para que todos se unam contra o projeto de novas privatizações em Minas Gerais e em todo país. “Querem privatizar o metrô, as nossas estatais e outras empresas que são do povo. O resultado está aí, mortes e exploração dos trabalhadores. Temos que nos unir contra isso”, disse durante a caminhada.
Representando o sindicatos dos Metroviários de Minas Gerais, Batista Garrilho lembrou que a dor das famílias de Brumadinho é dor todos. Ele também chamou atenção para que todos se unam contra o projeto de novas privatizações em Minas Gerais e em todo país. “Querem privatizar o metrô, as nossas estatais e outras empresas que são do povo. O resultado está aí, mortes e exploração dos trabalhadores. Temos que nos unir contra isso”, disse durante a caminhada.
Movimentos sociais querem o fim da exploração dos trabalhadores e das mortes
“O que a gente ganhou com a privatização das empresas em todo Brasil? Só exploração e mortes. Queremos a soberania nacional e as nossas estatais de volta. Em Minas e no Brasil vários trabalhadores morreram para garantir o lucro das multinacionais. Chega”, disse Adilson Manuel da Silva representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Quem também quer o fim das mortes e da exploração dos trabalhadores é Sonia Mara Maranho, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB). “Não podemos mais aceitar crimes que acabam com a vida dos trabalhadores e das famílias. Chega da construção de barragens que matam e de uma prática de mineração exploratória”, disse.
Para que mais mortes não aconteçam, o deputado federal Rogério Correia apresentou um projeto de lei na Câmara Federal para que seja feito um plebiscito para consultar a população sobre a reestatização da Vale. “Nós temos que recuperar a Vale para o Brasil para termos uma estratégia de desenvolvimento para o estado. Temos que recuperar as nossas riquezas, que são as estatais para a nossa soberania nacional. Não queremos mais cenas como essa que é o Rio Paraopeba, todo contaminado por minério”, finalizou.