Para categoria, atual situação da saúde em Minas não é novidade e o problema está na gestão Zema que aplica cortes sem estudos e diálogo com os servidores
“Não tem remédio, não tem assistência para as colônias (hanseníacos). Tá acabando tudo e a Fhemig tem que olhar pelos pacientes e pelos trabalhadores da rede”, fez um apelo Laudívio Souza durante a audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social.
E ele não é o único, há 33 dias de greve, os trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) vieram à Assembleia relatar que seguem no impasse com a pauta de negociação com o governo de Estado e que a situação é caótica.
“O sucateamento da saúde não é de hoje. Ele vem desde o golpe de 2016 e as tentativas de desmonte e desestruturação de setores fundamentais como saúde e educação. Temos que nos unir contra esse governo e para isso os trabalhadores da saúde precisam ser ouvidos”, disse Betão abrindo a audiência.
Para o deputado, os atuais governos só se preocupam em colocar em prática o plano de vender todos os setores estratégicos. “Privatizar a saúde pública não é a saída. Em outros estados, como São Paulo, o modelo proposto pelo governo de Minas para a rede Fhemig resultou na demissão de funcionários e no aumento do custo na saúde”, informou o deputado Betão, que já trouxe a discussão à Almg, numa das audiências públicas sobre o Hospital João Penido, de Juiz de Fora (Zona da Mata), que também integra a rede.
“Não adianta o Zema falar que a saúde é um problema do governo passado. Estamos vivendo um problema de gestão e o seu governo demonstra total incapacidade administrativa para resolver o problema. O resultado está ai, com a greve. E é importante informar a todos que a greve não é só pela questão salarial, mas também por melhores condições de atendimento dos pacientes e trabalhadores da rede”, explicou Carlos Augusto dos Passos, presidente da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais em Minas Gerais.
Realidade que afeta a vida de todos e de acordo com Cristiano Túlio Maciel, diretor de Mobilização do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, impacta na qualidade dos serviços prestados á comunidade. “A Fhemig vive uma grande defasagem nos últimos tempos. Se a gente consegue manter um bom atendimento é graças à qualidade técnica dos servidores e do esforço de cada um no dia a dia. Desde 2014 estamos sem reajuste isso tem grande impacto na minha vida porque eu não posso me qualificar nem investir, dentre outras coisas. Com a reforma da previdência isso vai piorar, vamos ter que contribuir com quase 22% da alíquota”, reforçou a denúncia.
Falta de diálogo prejudica avanços nas negociações
“Eles (governantes) são passageiros nós somos permanentes e dedicamos a nossa vida à saúde”, disse Cristiano Túlio que também atua como médico em dois hospitais da rede Fhemig.
Para ele, a falta de diálogo com o governo de Minas dificulta e trava a pauta de negociação dos servidores. Na pauta de reivindicação dos trabalhadores da saúde da rede Fhemig está o pagamento do 13º salário e a melhoria das condições de trabalho. Os servidores da Fhemig protestam também contra a intenção anunciada pelo governador Romeu Zema de ceder a administração dos hospitais da fundação para organizações sociais (OS).
Vale lembrar que o assunto já esteve em discussão na Almg, por meio da Lei 23.081, de 2018, que dispõe sobre o Programa de Descentralização da Execução de Serviços para as Entidades do Terceiro Setor. O tema é polêmico e também já foi discutido pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em outubro do ano passado.
Segundo anunciado durante a audiência pública, a Secretaria de Planejamento e Gestão do Governo analisaria a pauta de reivindicação da categoria e retomaria o diálogo com os servidores até amanhã, às 14h. A Comissão do Trabalho se dispôs a acompanhar o processo de diálogo entre as partes.
Paralisação já afeta e preocupa usuários
De acordo com representantes da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg/Sindpros), alguns hospitais da rede já estão com o atendimento reduzido, por causa da paralisação. A greve já tem adesão de funcionários do Hospital de Pronto Socorro João XXIII, Hospital Maria Amélia Lins, Maternidade Odete Valadares, Hospital Galba Veloso e Hospital Júlia Kubitschek.
Sem uma proposta concreta de discussão com os trabalhadores, Leandro do Carmo- Superintendente de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Saúde, representando o governo de Estado, afirmou somente que “estamos cientes da situação das carreiras e temos feito estudos para analisar o que pode ser feito, mas diante da forte crise do estado não temos ainda recursos para reverter a crise”, afirmou.
Socorram os funcionários do estado wue sai de sehunda classe, na jucemg ja estamos desde 2007 sem reajuste algue nos defenda!!