Afastados das ruas devido à pandemia do Covid-19, os trabalhadores da Cooperativa Aguapé, em Manhumirim, Zona da Mata, procuraram o mandato do Betão em busca de ajuda neste momento em que os cerca de 20 trabalhadores que estão completamente desassistidos.
Uma das alternativas seria que a Prefeitura Municipal fizesse o pagamento de uma dívida oriunda de um contrato firmado com a cooperativa para que os trabalhadores realizassem a coleta seletiva na cidade. Com as parcelas em atraso desde maio do ano passado, a Cooperativa apresentou uma carta aberta cobrando o valor que já chega a cerca de R$150 mil.
“Vamos levar a demanda dos catadores de toda Minas Gerais à Comissão de Direitos Humanos. A situação é grave e esses trabalhadores, que muitas vezes não ganham nem um salário mínimo, não podem ficar sem nenhuma renda durante a pandemia do coronavírus”, afirma Betão que nesta quarta feira votará projetos contra o avanço do Covid-19 no Estado.
Um dos fundadores da Cooperativa, que atua na cidade há 12 anos, José Weber Pereira, alerta para atual situação dos trabalhadores que estão totalmente desassistidos. “Nós precisamos desse dinheiro da Prefeitura, porque os catadores estão totalmente sem renda. Nós não temos como sair às ruas porque além de ser perigosa a contaminação, não temos máscaras, nem álcool em gel nem outro equipamento de segurança. Além disso o comércio está parado e não temos nem para quem vender o material separado”, explica.
A situação não acontece só em Manhumirim, e a representante do Movimento Nacional dos Catadores, Neli de Souza Silva Medeiros, chama atenção para o fato de o projeto de auxílio dos catadores em Minas Gerais, o bolsa-reciclagem, estar em atraso desde 2017.
“Uma situação preocupante é que no Brasil poucos municípios têm contratos com os catadores como em Manhumirim, e lá ainda há problema no contrato. Em Belo Horizonte, já fomos informados de que a bolsa de auxílio deverá ser paga só até o mês que vem.
Temos medo de ir para as ruas e pegar coronavírus mas também temos medo de ficar em casa e morrer de fome”, relata Neli dizendo que já recebeu relatos de catadores que estão sob suspeita de contaminação, aguardando o resultado dos exames.
Por último, Neli relata que assim como os catadores de Manhumirim, o Movimento protocolou uma carta cobrando do Governo de Minas Gerais respostas quanto à situação dos catadores. A representante informou também que em breve será lançada uma plataforma para doação aos catadores. A nossa assessoria tentou contato com a Prefeitura de Manhurimim, mas até o momento não encontramos ninguém para nos atender.