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Betão (deputado estadual PT/MG)

Betão apresenta requerimento cobrando que mais bancos e estabelecimentos realizem o pagamento do auxílio emergencial

Mesmo antes da decisão do MP, que acontecerá em menos de 15 dias, Betão apresentou pedido em defesa dos trabalhadores do setor

O deputado estadual Betão apresentou um requerimento para que mais bancos, agências dos Correios e até lotéricas passem a estar aptos a fornecerem o pagamento do auxílio emergencial, benefício que será pago a mais de 70 milhões de brasileiros que estão sem renda durante a pandemia (https://veja.abril.com.br/economia/auxilio-emergencial-pedidos-de-ampliacao-de-pagamentos-pressionam-governo/).

O tema também foi discutido pelo Ministério Público Federal da Bahia, e a expectativa é que dentro de 15 dias não só lá, mas em todo o país, mais estabelecimentos passem a fazer o pagamento dos benefícios, evitando filas quilométricas com alto risco de contaminação.

Antes mesmo da decisão do Ministério Público Federal, o deputado estadual Betão cobrou medidas em defesa dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal, que de acordo com o parlamentar, vem relatando ao mandato casos de exposição à contaminação por Covid-19, além de jornadas excessivas de trabalho.

“Não podemos esquecer desses trabalhadores que estão atuando de forma exemplar para nos atender e para auxiliar a população neste momento tão difícil. Os trabalhadores, além de um contato maior com a população que está indo às agências em busca de informação e do saque do auxílio têm também trabalhado mais e em algumas cidades sem a devida proteção”, explica o deputado.

Para a vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora e funcionária da Caixa há 15 anos, Lívia Terra, a situação é preocupante, porque além de expor a população à contaminação em extensas filas, a aglomeração pode gerar riscos de contágio de Covid-19 aos trabalhadores da Caixa. Tudo isso aliado a um cenário de pressão psicológica e de risco de agressões aos quais alguns dos funcionários estão submetidos devido à demora na liberação do auxílio por parte do governo. “O governo parece estar fora da realidade brasileira. O Brasil tem um cenário de exclusão digital muito grande o que gera uma revolta e ansiedade nas pessoas”, explica.

Sobre a situação dos trabalhadores, Lívia esclarece que é necessário sim ampliar a base de pagamento, expertise que hoje é da Caixa. “A demanda foi muito maior do que o governo esperava, o que demonstra mais uma vez um desconhecimento da realidade brasileira. A forma como a logística está sendo feita é sim errada. Os demais bancos do país deveriam ser envolvidos, urgente”, reforça a funcionária da Caixa.

Exposição dos trabalhadores do setor preocupa Betão

“O ambiente da agência bancária é dos mais insalubres porque não tem ventilação natural, apenas o ar condicionado, que fica circulando o ar que pode estar contaminado”, conta Lívia. Em Juiz de Fora, a situação não tem sido fácil e algumas agências bancárias foram fechadas por conta da Covid-19. É o caso do Banco Itaú, que tem três casos de funcionários contaminados. “As agências só são fechadas quando temos casos confirmados, porém, não temos testes suficientes”, salienta a sindicalista.

“A situação dos trabalhadores da Caixa é preocupante pela precariedade em que executam seu trabalho. Conforme denúncia do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora, muitos estão extenuados, com longas jornadas de trabalho, por isso apresentam exaustão física e psíquica, em situação de risco iminente, neste momento de pagamento do auxílio emergencial, destinados aos trabalhadores autônomos para enfrentamento da pandemia”, disse Betão.

No requerimento apresentado pelo mandato, Betão reforça que a situação do setor é a realidade vista em todo o Estado. “A situação em Minas Gerais é reflexo da falta de sensibilidade do Governo Federal e da direção da Caixa em atender de maneira digna e segura a população mais vulnerável do nosso país, e, ao mesmo tempo protegendo os trabalhadores bancários”, cobrou.

Além de todas as pressões que o período atual tem colocado diante de todos nós, para os bancários a situação não tem sido, de fato, nada fácil. “As pessoas estão desesperadas, muitas sem ter o que comer e por vezes até agridem aos funcionários, porque são eles os representantes do banco naquele momento”, conta Lívia, reforçando o desgaste emocional dos trabalhadores.

Devido ao grande fluxo de beneficiários, a direção da Caixa mudou também a orientação sobre a quantidade de pessoas que podem permanecer dentro dos bancos.“A orientação é que 50% dos lugares nas agências devem estar ocupados e isso é monitorado pelas câmeras de segurança. Isso significa colocar 200 pessoas dentro de uma agência”, alerta Lívia.

Caixa e DATAPREV na gestão de dados; não à privatização

Caso já tivesse sido privatizada, a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), que é uma empresa pública brasileira, vinculada ao Ministério da Economia e responsável pela gestão da Base de Dados Sociais Brasileira, especialmente a do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), provavelmente não teria o papel que tem hoje na gestão dos dados junto à população.

O mesmo é o caso da Caixa Econômica Federal, também cotada ao projeto de privatização pelo atual governo. Criada ainda o império de Dom Pedro II, em 1861, o banco está presente em todos os cantos do Brasil, contando inclusive com agência barco, que chega às comunidades ribeirinhas de norte à sul do país.

Além de oferecer financiamento de programas como o Minha Casa Minha Vida ela é responsável pela concessão de pagamento de benefícios como o Bolsa Família, o que reforça a necessidade de defender a manutenção do banco como 100% público.

O processamento de dados tem sido feito pela DATAPREV, mas a captação é feita pelas plataformas da Caixa, o que intensificou o volume de trabalho em alguns casos, com relatos de trabalhadores com mais de 12h diárias, mesma carga horária que tem sido imposta a diversos gerentes em todo o país. A situação também foi agravada com a exigência de abertura das agências aos sábados para atender a população. “Apesar desse governo ter tentado vender a estatal e demitir trabalhadores em 20 estados, é a Dataprev que tem feito a gestão dos dados dos beneficiários. Sem ela, jamais conseguiríamos fazer o pagamento dos auxílios à população. Por isso é importante reconhecer mais uma vez o valor e a importância da empresa para o povo brasileiro”, finalizou Betão.

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