Justiça determina a suspensão do retorno presencial das aulas em Minas Gerais após mandato impetrado pelo Sind-Ute MG
O dia de ontem pareceu não terminar para a professora e mãe, Helen Ribeiro, da rede estadual de Bom Jardim de Minas. O motivo é mais um passo errado dado pelo governo Zema. No primeiro dia de funcionamento do Avaliação Diagnóstica, metodologia que será usada até o final do mês de outubro pelo governo do Partido “Novo” para avaliar a educação oferecida durante a pandemia e mensurar como será o retorno às aulas em Minas, alunos e professores voltaram a ter problemas com acesso ao Conexão Escola “Um verdadeiro caos”, resumiu a professora de História.
O resultado desse caos é que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais anunciou hoje a suspensão do retorno às aulas presenciais, previsto para o próximo dia 19 de outubro. A decisão veio a partir do mandado impetrado pelo Sind-Ute para tentar barrar esse governo irresponsável que não apresenta soluções concretas para o retorno às aulas em Minas Gerais.
Sobre o teste e o erro no aplicativo, Helen conta que além de o anúncio ter sido feito de última hora, professores e educadores não tiveram acesso aos exercícios anteriormente e nem mesmo ao aplicativo para poder explicar.
Outro resultado previsível: mais uma vez o Conexão Escola apresentou problemas, gerando estresse e frustração. “Eu sofri duplamente, porque sou mãe e professora. Recebi mensagens de alunos desde as sete da manhã até às onze da noite e até agora eu sei que tem aluno que não conseguiu fazer. Teve estudante, que por falta de orientação achou que tinha que fazer só uma prova e esqueceu as demais. Um verdadeiro caos”, mostrou a professora de História que enviou ao nosso mandato os prints do erro do aplicativo.
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Na comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Betão já apresentou dezenas de requerimentos cobrando infraestrutura do governo, para que anúncios irresponsáveis como esse não aconteçam. O deputado afirma ainda, que diferentemente do que Zema anuncia, o Estado de Minas Gerais não está pronto para o retorno a aulas.
“Todos queremos o retorno às aulas. Não adianta querer politizar a discussão, o que nós não vimos até agora, são condições básicas vindas do governo para que pais e responsáveis entreguem a vida dos seus filhos nessa volta às aulas sem qualquer tipo de estrutura. Se nem um aplicativo a gestão Zema consegue administrar, imagina protocolos sanitários”, enfatiza Betão.
Segundo divulgado nas redes sociais do governo de Minas e na Secretaria de Estado de Educação, a avaliação começa com alunos do Ensino Médio e profissionais da rede pública, com prazo até o dia 7 de outubro, sendo a prova feita por meio do Conexão Escola. Mesmo não valendo ponto, a ideia é que até o final do mês, todos os profissionais e alunos de todas as séries sejam avaliados.
Governo do partido “Novo” ignora mais de 700 mil alunos sem acesso à internet
Sem avisar previamente da realização do teste, Zema mais uma vez lança mão de soluções digitais e não contempla alunos que não tem acesso à internet, que segundo dados repassados à Comissão de Educação da Assembleia de Minas Gerais são cerca de 700 mil.
Helen conta que a falta de orientação tem sido um erro grande e que isso tem gerado uma ansiedade nos alunos. “O que eu sei, até o momento, é que a prova para quem não tem internet será impressa e entregue aos alunos. Mas eles sabem disso? No caso da disciplina de história eu já vi um erro de uma questão retirada do ‘Wikipédia’ e assim como nos PETs nós vamos ter problemas”, explica. Ela conta ainda que até os professores têm passado “aperto”, porque o sistema para avaliação deles também não está disponível. “Eles falam que é só entrar com CPF e senha, mas fala que não existe o usuário”, reforça.
Para Betão, esse resultado não poderia ser diferente, porque o diálogo não tem sido feito pelo governo de Minas mas fora do Executivo, seja em Fóruns como o Fepemg, ou na Assembleia, por meio de comissões como a de Educação. “Nas audiências a gente vê os deputados do partido Novo falarem que a pandemia acabou e os representantes da Secretaria de Estado de Educação falarem que o governo está preparado para retornar às atividades, mas não é essa a realidade dos alunos e professores. Uma gestão irresponsável, que não sabe lidar com os problemas e gera mais conflitos”, finaliza Betão.